quarta-feira, 20 de abril de 2011

Revolver: a obra-prima de Guy Ritchie

Revolver: a obra-prima de Guy Ritchie
Revolver, filme dirigido por Guy Ritchie (Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes; Snatch - Porcos e Diamantes), lançado em 2005 conta a história de Jake Green (Jason Statham), jogador de poker e xadrez, recebe em sua solitária onde ficara por 7 anos a Fórmula que garante vitória a quem a usa e pode ser usada para todos os tipos de jogos.

O filme se passa em um cidade fictícia, rodeada de cassinos, Jake Green tem seu irmão como seu corretor e Dorothy Macha, também conhecido como Mr D (Ray Liotta) como seu "segundo" maior inimigo.

O filme é muito profundo em seus significados, possui referências Cabalísticas (Guy Ritchie, ex-marido de Madonna, estuda bastante o assunto, tendo inclusive problemas em receber apoio da Sony que considerou o assunto culto demais para um filme) e até budistas como a libertação do ego e o desapego forçado em que Jake Green é posto ao "doar" seu dinheiro para agiotas que o salvaram.

As cenas são extremamentes bem filmadas, com uma trilha sonora criada por Nathaniel Mechaly que vai de jazz até o eletronico e com uma cena épica de tentativa de assassinato de Mr D em um restaurante tendo ao fundo como trilha sonora a 14ª Sonata de Beethoven.

Como Sorter (Mark Strong) chama bastante atenção pela sua atuação, assassino que conquistou seu maior inimigo, seu próprio Ego, tem uma audição perfeita e uma mira que nunca foge 1mm do seu controle. Ele não apenas mata, ele o faz com estilo e com a calma de um Budda.

Mr D (Ray Liotta) também deixa sua marca no filme interpretando o personagem sucumbido e controlado pelo seu Ego de leão, é levado pelo seu Ego a tentar vingança sobre Jake Green após o mesmo ter o humilhado em um jogo de apostas, como disse Mr Green "nothing hurts more than humiliation and a little money loss".

Guy Ritchie dá bastante importância ao uso de luzes no filme, como na cena em que Jake se liberta do seu ego, é percebido pelas mudanças das cores na tela a mensagem que o diretor pretende passar. Os diálogos são  muito bem trabalhados, o roteiro muito bem trabalho, o filme usa bastante referências de frases de livros de xadrez, economia e antigos governantes.

Revolver é demais pra Hollywood, é um filme que não se entende o assistindo apenas uma vez. Suas nuances demoram a ser notadas, seu roteiro a ser digerido. Parabéns a Guy Ritchie por não ter se prendido ao seu Ego e ter criado essa obra-prima.

Fontes:
1 Wikipedia
2 NY Times Movies Review

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