A cobiça é a raiz de todos os males

Radix malorum est cupiditas.

Certa madrugada estava assistindo uma cena com o ator espanhol Nacho Vidal no filme Nacho Invades America que de tão boa, me fez até filosofar sobre alguns pensamentos e idéias inerentes ao tempo em que vivemos.

Nacho contracena com uma atriz chamada Kristina Rose, Kristina é a personificação de toda mulher que gostaríamos de ter como parceira, pelo menos ao nível físico e sexual. Mignon, feições delicadas, carinha angelical que nos faz pensar em coisas bem carnais.


Com certeza uma mulher em que a maioria de nós colocaríamos no pedestal e a trataríamos como o último investimento de um banqueiro falido, como um floco de neve delicado, um presente que nunca gostaríamos de abrir, uma figura de um action figure que vale menos fora da caixa.

Mas não para Nacho, o ator simplesmente não encontra nenhum pudor do ponto de vista sexual com Kristina, levando a cena do começo ao fim em um nível tão bruto que pensaríamos que qualquer mulher que fosse tratada assim se sentiria inferior e submissa.

O que eu quero dizer aqui, é que muitas vezes nós homens, colocamos nossas pretendes, alguém que gostamos no pedestal por muitas vezes, as cobiçamos em um nível tão infantil que acabamos entrando na friend zone, temos medo de abrir o nosso action figure com medo de que aquilo perca o valor, que o raro gibi do Superman valerá menos se dobrarmos a orelha de um página ou qualquer coisa assim. Isso não foi presente em nenhum segundo da cena em relação a atitude de Nacho, o mesmo apenas destruiu Kristina Rose até o nível que a mesma diz que ama o ator e o pede em casamento antes do final da referida cena.

Tal atitude me deixou questionando algumas outras atitudes, por que cobiçamos tanto as coisas, por que não simplesmente não conseguimos nos conectar com quem realmente nós queremos que esteja ao nosso redor, por que temos medo de fazer escolhas, por que nós queremos ser especiais e perfeitos para as pessoas ao invés de simplesmente nós não fazemos igual Nacho Vidal e fodemos a vida a segurando pelos seus chifres?